segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Funkytown IV








por The Boni


Eu sempre acho começo de seriados meio maçantes. Eles sempre começam a ficar divertidos lá pela terceira ou quarta temporada. É a mesma coisa quando vc abre aquelas coletaneas de quadrinhos. As primeiras tiras ainda estão meio preocupadas em apresentar os personagens. Então as primeiras histórias, comparadas com aquelas que viriam algum tempo depois, parecem ainda meio cruas e unidimensionais.

A apresentação dos personagens é sempre meio forçada e não-natural. Como o próprio Bill Waterson disse sobre Calvin & Hobbes, no começo os personagens podem dirigir-se para qualquer lugar. Isso pode ser ao mesmo tempo excitante quanto perigoso: muitas vezes eles podem se prender em cantos obscuros e então nunca mais sair.

Bom, eu as vezes me prendo em cantos obscuros. E ao mesmo tempo, novamente as vezes, eu crio um outro eu-mesmo, sempre baseado em fatos reais, sempre um pouco fotocópia de um filme que eu já vi. Afinal ontem mesmo eu jogava bitucas de cigarro pela janela do carro, já hoje eu me preocupo com a migração dos gnus no Serenguetti.

De qualquer forma, assim como o cartunista ai de cima se arrepende de ter mostrado o Calvin se vangloriando de ter capturado o Haroldo para o pai em uma armadilha para tigres, eu aqui também me sinto repreendido em, nesse primeiro post, a discorrer sobre sequência de fatos consecutivos que colocaram eu e os outros habitantes dessa cidade-disco no mesmo circulo social. Idependente de quem armou a primeira arapuca, todos nós hoje fazemos a dança robô em uma pista colorida adjacentes à nós mesmos (e eventualmente à Irene)

E se o tempo é cíclico e as realidades se sobrepõe umas as outras, se existe mesmo um eu-mesmo fazendo outras coisas agora mesmo em universo resultante de outra seqüências de fatos, então eu gostaria que ele estivesse fazendo a mesma coisa ou uma coisa totalmente diferente. Eu escolho então bater o pé no chão num deserto da Tanzânia e ver se o redemoinho de vento, após uma seqüência de episódios coincidentes, vira mesmo um furação norte-americano. Ou se é apenas isso: um bonito espetáculo feito de ar, dançando nas bonitas planíces africanas.
Então eu visto minha polaina e ligo para alguns números que eu tenho memorizados na minha cabeça. Pra dançar na tal pista colorida, pra estender meus minutos no divã ou para fazer piadas repetidas sobre a Carnavalesca Voadora.
http://www.youtube.com/watch?v=3BiuttQl0xM


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